A Manufatura tem por finalidade primordial produzir produtos com alta qualidade, baixos custos e no menor tempo possível. Sendo assim, a Manutenção Autônoma tem como principal objetivo deixar o operador autônomo, para poder de forma imediata visualizar, identificar e lidar com anomalias dos equipamentos que estão sob sua responsabilidade. Este princípio torna os processos confiáveis através de uma manutenção de excelência.
Figura 1 – Manutenção Autônoma. Da minha máquina cuido eu.
A Manutenção Autônoma, compõe um dos 8 pilares do TPM (Total Productive Maintenance), é considerada a espinha dorsal desta metodologia. Tem como principal iniciativa gerar a mudança do processo tradicional de gestão dos recursos produtivos dos equipamentos. Esta mudança acontece principalmente com relação a cultura da operação, e aí que se encontra o grande segredo do processo. O operador passa a atuar em conjunto com a área de manutenção, passando a colaborar com a manutenção cada vez mais.
Com o avanço das etapas de Manutenção Autônoma o operador passa incorporar e a realizar atividades com função de manutenção, buscando sempre manter o equipamento em operação e assim atingir de maneira estável e eficazmente o planejamento de produção. Isto não é se tornar a manutenção, mas sim ser os “olhos da manutenção”, ajudando no trabalho do departamento de Manutenção. As principais diretrizes de um programa de manutenção autônoma são:
- Eliminar e prevenir a deterioração forçada dos equipamentos através da operação correta e de inspeções rotineiras e constantes;
- Deixar o equipamento em seu estado ideal (100%), trabalhando com restauração e o gerenciamento das atividades;
- Criar e disponibilizar as condições básicas necessárias para manter o equipamento em suas condições ideais;
- Utilizar-se dos problemas que acontecem com o equipamento como uma das ferramentas para ensinar as pessoas a melhorar as atividades de pensar e trabalhar.
Para que todo este processo se estabeleça há a necessidade de constante treinamento e capacitação das pessoas envolvidas, pois todos precisam entender todas as etapas, os objetivos e pincipalmente o papel de cada ator. O operado irá desempenhar novas atividades, passará a ser o verdadeiro dono do equipamento e terá total domínio de suas atividades, passando a prever sinais de defeitos e falhas, o que o possibilitará a tomar as devidas providências e assim evitar que fatores ainda pequenos se desenvolvam e se transformem em problemas graves obrigando a se fazer a manutenção corretiva.
Há uma frase que traduz bem esta nova cultura dentro da operação: “ DA MINHA MÁQUINA CUIDO EU! ”
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Outro ponto importante é a capacitação das lideranças que também precisam mudar sua forma de pensar e agir. Precisam ser os facilitadores deste processo, ou seja, precisam criar condições para que os operadores possam estabelecer toda esta mudança. Este é o ponto primordial do processo, se este apoio não acontecer, o avanço da Manutenção Autônoma não tem como ter sucesso.
O desenvolvimento da Manutenção Autônoma se estabelece a partir de 07 etapas, sendo que cada uma apresenta seus devidos objetivos como mostra na Figura 2 e Tabela 1.
ETAPA | PRINCIPAIS OBJETIVOS |
1) Limpeza inicial |
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2) Fontes de sujeira e lugares de difícil acesso |
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3) Padrões de limpeza e de inspeção |
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4) Inspeção geral do equipamento |
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5) Inspeção geral do processo |
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6)Manutenção autônoma sistêmica |
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7- Gestão Autônoma |
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Tabela 1- Etapas da Manutenção Autônoma
Fonte: Adaptado de (SUZUKI, 1994)
Este processo todo, bem feito, leva pelo menos 3 anos para se estabelecer. Muitos se equivocam por achar que se pode fazer em um tempo menor. Não há atalhos. Há a necessidade de muito esforço, comprometimento, treinamentos, capacitações e seguir cada uma das etapas. Os principais boicotes acontecem por parte dos próprios gestores, que não entendem as mudanças e não se tornam os verdadeiros facilitadores. Se estas mudanças não ocorrerem não haverá sucesso. Porém se houver de fato este entendimento por parte dos gestores, a chance de sucesso é enorme, passando a ter um nível fantástico de produtividade na operação.
Referências: SUZUKI, T. TPM in Process Industries. 1ª. ed. New York: Productivity Press, 1994.