O objetivo deste artigo é apresentar alguns CLPs da família Allen Bradley bem como suas funcionalidades. A fim de focar nas características, eu vou detalhar aqui as configurações do Micrologix 1400, que é bastante utilizado na indústria. Ao final do post, você será capaz de entender melhor as funcionalidades do CLP e como você poderá aplicar o mesmo nos projetos de automação industrial.
O controlador Micrologix 1400 é um CLP da Allen Bradley composto por fonte de alimentação, terminais de entradas e saídas, um processador, uma combinação isolada de porta de comunicação RS232/RS485, uma porta Ethernet e uma porta de comunicação não isolada RS-232.
Cada CLP suporta 32 Entradas/saídas (I/Os) como por exemplo o modelo da Allen Bradley 1766-L32BWAA que possui 20 entradas digitais, 12 saídas digitais, 4 entradas analógicas e 2 saídas analógicas. Todos os modelos da família Micrologix 1400 possuem um clock interno com alta frequência para aplicações que requerem controle em tempo real e também podem ser dotados de módulos de memórias expansíveis a fim de proporcionar a funcionalidade de backup das aplicações desenvolvidas.
Importante reforçar aqui que o bloco de memória expansível não aumenta a capacidade de memória deste tipo de CLP, servindo exclusivamente para backup.
Abaixo, podemos ver uma Figura esquemática do Allen Bradley Micrologix 1400 e uma tabela a descrição de seus componentes:
Item | Descrição |
1 | Porta de Comunicação 2 – Conector 9 pinos – RS232 |
2 | Módulo de Memória |
3 | Saída 24V (apenas para os modelos 1766-BWA e 1766BWAA |
4 | Terminais de Entrada |
5 | Teclado do display LCD (Esc. OK, superior, inferior, esquerda, direita) |
6 | Compartimento de bateria |
7 | Conector para o barrramento de expansão |
8 | Conector de bateria |
9 | Terminais de Saídas |
10 | Display LCD |
1 – Entendendo os Indicadores do CLP Allen Bradley Micrologix 1400
O Allen Bradley Micrologix 1400 possui três grupos de indicadores de status:
- Os LEDs de status na parte frontal do controlador;
- O indicador de status no visor LCD;
- O indicador de starus de I/O no visor LCD.
Na Figura abaixo, podemos visualizar cada tipo de Status:
Apesar de estamos falando dos status do Allen Bradley Micrologix 1400, os modelos 1100 e 1200 não mudam muito e o 1500 muda com relação ao visor LDC que não possui (os status são visualizados em LEDs na parte frontal para este modelo). Vamos entender o que cada status significa:
Tipo de Indicador | LED | Cor | Indicação |
LED (a) | Power | Desligado | Sem alimentação de entrada ou erro na condição de alimentação |
Verde | Alimentação Ligada (OK) | ||
Run | Desligado | Não está executando o programa do usuário | |
Verde | Executando o programa do usuário no modo Run | ||
Verde Piscante | Transferência do módulo de memória em curso | ||
Falt | Desligado | Não foi detectada falha | |
Vermelho Piscante | Falha na aplicação detectada | ||
Vermelho | Hardware (controlador) em falha | ||
Force | Desligado | Force desabilitado | |
Ambar | Force habilitado | ||
Ambar Piscante | Sinais forçados presentes mas o force está desabilitado | ||
LCD (b) | Comm 0 | Desligado (retângulo em branco) |
Não está transmitindo pela porta RS-232/485 (Canal 0) |
Ligado (retângulo escuro) |
Está transmitindo pela porta RS-232/485 (Canal 0) | ||
Comm 1 | Desligado (retângulo em branco) |
Não está transmitindo pela porta Ethernet (Canal 1) | |
Ligado (retângulo escuro) |
Está transmitindo pela porta Ethernet (Canal 1) | ||
Comm 2 | Desligado (retângulo em branco) |
Não está transmitindo pela porta RS-232/485 (Canal 2) | |
Ligado (retângulo escuro) |
Está transmitindo pela porta RS-232/485 (Canal 2) | ||
DCOMM | Desligado (retângulo em branco) |
Comunicações configuradas (Canal 0) | |
Ligado (retângulo escuro) |
Comunicações padrão (Canal 0) | ||
BAT. LO | Desligado (retângulo em branco) |
Nível de bateria aceitável | |
Ligado (retângulo escuro) |
Nível de bateria baixa | ||
U-DISP | Desligado (retângulo em branco) |
Display no modo padrão | |
Ligado (retângulo escuro) |
Display no modo customizado | ||
INPUTS | Desligado (retângulo em branco) |
Entrada não energizada | |
Ligado (retângulo escuro) |
Entrada energizada (status do terminal) | ||
OUTPUS | Desligado (retângulo em branco) |
Saída não energizada | |
Ligado (retângulo escuro) |
Saída energizada (status do terminal) |
Nas condições normais de operação nos CLPs Allen Bradley, os LEDs Power e RUN ficam ligados. Se estiverem I/Os forçados e o Force estiver habilitado, o LED Force fica ligado e permanece até que todos os sinais forçados sejam removidos e se o Force estiver desabilitado e os I/Os estiverem forçados, o LED Force ficará piscando até que todos os sinais forçados sejam removidos.
Você Gostou Deste Artigo?
Cadastre-se hoje e receba atualizações por e-mail. Respeitamos a sua privacidade e você nunca terá seu e-mail divulgado.
2 – Os Arquivos de Dados e Suas Denominações
Os aquivos de dados são arquivos que guardam informação numérica, incluindo valores de entrada e saída associados com as instruções em pregadas na linguagem ladder. Os tipos mais comuns para os arquivos de dados nos CLPs Allen Bradley são:
Nome da Instrução | Identificador | Número | Palavras por elemento | Exemplo |
Saída | O | 0 | 1 | O:0.0 |
Entrada | I | 1 | 1 | I:1.0 |
Status | S | 2 | 0 | S:2.0 |
Bits | B | 3 | 1 | B:3.0 |
Temporizador | T | 4 | 3 | T:4.0 |
Contador | C | 5 | 3 | C:5.0 |
Controle | R | 6 | 3 | R:6.0 |
Número Inteiro | N | 7 | 1 | N:7.0 |
Número Flutuante | F | 8 | 2 | F:8.0 |
3 – Denominação de Entradas, Saídas e Instruções
Abaixo, podemos visualizar uma imagem em que podemos entender como se dá a nomenclatura das instruções nos CLPs Allen Bradley:
Veja abaixo uma tabela resumida sobre como é feita a identificação das instruções:
Formato | Explicação | ||
Od:s.w/b Id:s.w/b |
X | Tipo de Arquivo | Entrada (I) ou Saída (O) |
d | Número de Identificação da instrução (opcional) | Entrada (1) ou Saída (0) | |
: | Delimitador do endereço | ||
S | Número do endereço | E/S incorporadas: endereço 0. | |
Para expansões, endereço 1, 2, 3, 4, …. | |||
. | Delimitador da palavra | ||
w | Número da palavra | Requerido para ler e escrever palavras | |
/ | Delimitador do Bit | ||
b | Número do Bit | 0 a 15 |
Um exemplo do exposto acima, seria o caso em que precisamos pegar o bit 1 da palavra 0 (zero) da entrada 1 localizada no módulo de expansão 1. Neste caso a denominação seria I1:1.0/1.
4 – Allen Bradley e Operações com Contatos e Bobinas
4.1 – Contatos Padrões nos CLPs Allen Bradley
NA – Normalmente Aberto. O contato aberto se fecha (ativa) se o valor binário que chega até ele é 1.
NF – Normalmente Fechado. O contato aberto se fecha (ativa) se o valor binário que chega até ele é 1.
4.2 – Bobina Padrão nos CLPs Allen Bradley
Quando uma operação da esquerda para a direita é executada e satisfeita a condição lógica, a bobina é setada (fecha) e vai para o estado 1. Caso contrário, não há energia na linha e a bobina permanece no estado 0 (aberta).
4.3 – Latch, Unlatch
Estas duas funções recebem este nome na família Allen Bradley, sendo conhecidas por outros fabricantes como SET e RESET. Quando é executada uma lógica e as operações são satisfeitas, a linha em que se encontra a instrução Latch -(L)- é energizada e ele se fecha (energiza) ou vai para o estado “1”. Este estado permanecerá mesmo que a linha seja desenergizada e só voltará para o estado “0” caso uma lógica for satisfeita e energizar a instrução Unlatch -(U)-
4.4 – Detecção de Degraus
A instrução ONS nos CLPs Allen Bradley é uma instrução de entrada retentiva que ativa um evento de forma com que ele ocorra somente uma vez. Após uma transição degrau de falso para verdadeiro, a instrução ONS permanece verdadeira somente para um Scan do CLP. Em seguida, o bit é desativado, permanecendo assim até que a lógica que antecede a ONS seja falsa (então a ONS reativa). Em resumo, a instrução ONS “lembra” ao programa o estado degrau anterior de falso para verdadeiro.
As instruções OSR e OSF são utilizadas pelos CLPs Allen Bradley quando um evento deve se iniciar e ocorrer somente uma vez. Estas instruções ativam um evento baseado na alteração de estado da linha em que se encontra da seguinte forma: Use a instrução OSR quando um evento deve iniciar baseando na transição de falso para verdadeiro. Ex.: Um sensor indutivo NA (“0”) atua e passa para (“1”). Mesmo que o sensor desligue durante a varredura, a OSR permanecerá setada até o próximo SCAN do CLP.
Use a instrução OSF quando um evento deve iniciar baseando na transição de verdadeiro para falso. Ex.: Um sensor indutivo NF (“1”) atua e passa para (“0”). Mesmo que o sensor ligue durante a varredura, a OSR permanecerá setada até o próximo SCAN do CLP.
Eu ainda poderia falar aqui do contador e do temporizador, mas já escrevi um post para cada um explicando suas funcionalidades. Caso queira saber acesse os artigos:
Agora que você conhece as instruções básicas, vamos programar? Calma, você precisa ainda conhecer sobre o RSLinx que é utilizado para configurar a comunicação com o computador e o CLP e também o RSLogix, utilizado para programar o CLP e é justamente sobre estas ferramentas que falo nos artigos abaixo. Mas antes de prosseguir, se gostou deste post, por favor, não se esqueça de deixar seu comentário.
- RSLinx – Definido a comunicação entre o PC e o CLP Allen Bradley
- RSLogix – Programando um CLP Allen Bradley
Referências:
- Manual do CLP Micrologix 1400 disponível em http://ab.rockwellautomation.com/
- Essex – José Luis Rosales González;
- Website http://www.allaboutcircuits.com/;
- Website http://www.personal.kent.edu/;
- Website http://www.plcs.net/;