Atualmente, um dos assuntos mais comentados no mundo corporativo é referente ao Business Intelligence (BI), assunto este que deixa um ponto de interrogação na cabeça de muita gente. Mas o que há de tão novo por trás deste conceito?
Antes de tudo vamos analisar um pouco sobre o nosso sistema capitalista. Com o surgimento das indústrias e das técnicas de automação industrial, as empresas começaram a produzir mais em um período de tempo menor.

Isto ocorreu devido ao trabalho, antes feito pelo ser humano, agora ser realizado pelas máquinas. Consequentemente com o avanço da tecnologia da informação, sistemas de armazenamento de dados e gestão das informações do ambiente produtivo começaram a ser exigidos, visto que as máquinas por si só não faziam este trabalho, apenas produziam.

Surgiram então sistemas informatizados responsáveis por integrar todas as informações do negócio, os ERPs (Enterprise resource planning), sistemas estes exemplificados atualmente como o SAP e o Microssiga.

Estes sistemas fazem a gestão da informação desde a emissão do pedido do cliente, a geração da ordem de produção, a retirada dos materiais do almoxarifado até a expedição do produto final.

Os sistemas ERPs possuem grande capacidade de compilar informações relevantes para o negócio, mas possuem um pequeno problema: Estes sistemas não fazem a análise da informação e isto acarreta na geração e armazenamento de um volume muito grande de informações, dentre elas algumas até irrelevantes para o processo de tomada de decisões.

Foi para solucionar esta deficiência que surgiu o Business Intelligence, que segundo o Gartner Group é um conjunto de metodologias de gestão implementadas através de ferramentas de software, cuja função é proporcionar ganhos nos processos decisórios gerenciais e da alta administração das organizações.Mas o que isto exatamente significa? Significa a capacidade da empresa em absorver as informações e aprender com elas em um processo contínuo de evolução. Após as informações serem coletadas internamente e externamente, são armazenadas, tratadas e auxiliam os executivos nos processos de decisão. Assim elas tornam-se o maior diferencial competitivo que a empresa pode possuir perante os seus concorrentes. Estas soluções envolvem uma gama de ferramentas de cálculos, banco de dados, processos e funções necessárias para transformar as informações simples em novas informações acrescentadas de necessidades de análises atuais do negócio.

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Figura 1 – Esquemático de um sistema de Business Intelligence

Para sermos prático e exemplificarmos o Business Intelligence na indústria, voltemos à automação industrial, especificamente no chão de fábrica onde temos alguns exemplos atuais que incomodam grande parte das empresas. Quando o assunto é o ambiente produtivo de uma empresa que se posiciona competitivamente no mercado, invariavelmente sempre no sentido de reduzir custos e melhorar o seu produto, surgem algumas questões como:

Qual a minha área produtiva está provocando maior quantidade de desperdício?

Qual a porcentagem de peças que estão sendo perdidas e qual a razão disto?

Como está a disponibilidade do equipamento para produção?

O que interfere na quebra (falha) do meu equipamento e quais são os melhores momentos para realizar intervenções de manutenção de forma a não prejudicar a produção? Qual a distribuição dos desperdícios nos diferentes setores produtivos e qual a sua razão?

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Para responder a estas perguntas a empresa deve apontar e realizar um mapeamento das causas de desperdício na operação e produção e estes dados obrigatoriamente devem ser coletados do chão de fábrica, obtidos desde a ordem de produção até os sistemas supervisórios. Com a posse destas informações elas devem ser tratadas por softwares específicos através de cálculos, estratificação da informação e estatística para prover ao Gerente de Operações informações em tempo real para a tomada de decisões.

Um tratamento das informações bem interessante que se enquadra no conceito de Business Intelligence poderia ser a aplicação de distribuição estatística sobre as informações de falhas apontadas nos equipamentos (saiba mais sobre Confiabilidade) sugerindo desta forma o melhor momento para substituição de componentes dos equipamentos com o intuito de diminuir as chances de este vir a ficar indisponível para produção em um momento crítico de demanda.

O melhor momento de intervenção juntamente com o cruzamento das informações de ordem de produção (demanda) poderia fornecer a inteligência para a empresa definir uma estratégia de forma a produzir mais com maior disponibilidade do equipamento e aproveitando ao máximo o que a máquina tem a oferecer. Com isto, a empresa economiza recursos humanos na produção e manutenção, peças de reposição e coloca os equipamentos para produzir somente quando há necessidade. Acrescentando, o gerente de operações poderia ainda ter estas informações apresentadas historicamente sugerindo tendências em determinados períodos.

Desta forma, podemos afirmar que definitivamente o Business Intelligence faz a organização evoluir melhorando o conhecimento de si mesmo e do mercado, aprendendo com ele e fomentando discussões no ambiente de negócio. É muito importante ressaltar que isto acontece de forma gradual. Na medida em que os conhecimentos se acumulam, as práticas gerenciais se aprimoram, levando a melhores resultados. Este sim é o grande diferencial que uma empresa pode adquirir.