SMED é a metodologia desenvolvida por Shigeo Shingo e que foi publicada no ocidente em 1985. Ela tem a finalidade principal de reduzir o tempo de setup das máquinas. São vários os materiais que podem ser encontrados na rede e que falam sobre o SMED.

No entanto, este artigo tem como propósito apresentar como o desenvolvimento tecnológico e a utilização de softwares impactam no conceito SMED e consequentemente na performance na indústria do século XXI.

SMED, como os softwares contribuem para a redução do tempo de setup da máquinas

Como está o tempo de parada das máquinas da sua empresa ? :: Image(s): FreeDigitalPhotos.net

A metodologia SMED (Single minute exchange of die, conhecida no Brasil também como Troca rápida de Ferramentes “TRF”), foi desenvolvida por Shigeo Shingo ao longo de 19 anos, com início no ano de 1950. Naquela época já se tinha consciência do impacto que o tempo de setup representava no tempo total de produção e da importância em analisar estes tempos com o intuito de melhorá-los.

Conceitualmente esta metodologia é orientada a reduzir o tempo setup da máquinas. Entende-se por Setup como sendo o tempo de preparação para se iniciar a produção de determinado produto.

Primeiramente Shigeo classificou o setup de duas maneiras: o setup interno e o setup externo. O setup interno é aquele que ocorre enquanto uma série de atividades estão sendo executadas com a máquina parada e setup externo inversamente. O esforço que então seguiu com esta classificação foi em converter as atividades do setup interno em setup externo, ou seja, executar o maior número de atividades enquanto as máquinas estivessem em funcionamento para assim reduzir o tempo de paradas das mesmas. Ao utilizar a perspectiva atual, parece que tal ação é um tanto óbvia, mas não era assim na época, pois tal procedimento oferecia um redução de setup de 30% a 50%.

Modificação dos equipamentos para troca rápida

O primeiro passo do SMED é a conversão de setup interno para externo, o segundo passo é a modificação dos equipamentos para troca rápida.  O segundo passo tem como proposta modificar e melhorar nos projetos das máquinas, equipamentos e dispositivos,  para eliminar ajustes durante o processo, é neste momento que a indústria necessita de equipamentos para automação industrial, integração de sistemas e softwares adequados. Esta atualização pode acelerar, simplificar ou mesmo eliminar ajustes durante o setup.

Como calcular a eficiência da linha de produção?

O SMED é baseado no tempo de parada das máquinas, todavia, a aceleração e a desaceleração da linha de produção que acontece no início e também no fim da linha  afetam a produtividade como um todo, esta perda está diretamente ligada com a parada das máquinas, há um cálculo simples que você pode aplicar para medir eficiência da linha de produção ( que considera a aceleração e desaceleração) , para isso você terá que ter a seguintes informações.

  • M = Minutos entre o inicio da produção da primeira linha até o fim da segunda linha.
  • T = Tempo de produção de cada peça
  • OEE = Índice de Eficiência Global que é de 85%
Produtividade Máxima = ( M X 60 ) / T X 85%

Exemplo:

  • M = 180min
  • T = 5s

Aplicando a fórmula:  1836 = ( 180 X 60 ) / 5 X 85%

Este exemplo apresenta que nas melhores condições entre o início da produção da produção da primeira linha até o fim da segunda linha seria possível produzir 1836 peças.

Para saber o tempo real perdido com a parada das máquinas será necessário aplicar a seguinte fórmula.

(Produtividade Máxima - Produtividade Real) X T = Tempo de parada

Consideremos que a Produtividade Real foi de 1500 peças, logo:

( 1836 - 1500 ) X 5= 1680s ou 28 minutos.

A metodologia SMED é totalmente baseada em números, por isso da necessidade da linha produtiva trabalhar com apontamentos de produção integrados a softwares de supervisão e controle.